sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ai Outono!

Ai Outono!

Ai, Outono! Como tu me encantas!
Quando eu passo por cima das folhas castanhas, amarelas e vermelhas das árvores que tu despiste, tudo à minha volta é tão belo que nenhuma outra estação do ano o consegue fazer.
As árvores que agora só têm algumas folhas parecem dançar ao vento.
As andorinhas parecem zangar-se connosco e partem para outras terras deixando-nos apenas com os pardais que, como também são castanhos, até se confundem com as folhas.
Tudo parece deserto! Mas não é, porque vem sempre uma criança ao longe para vir para a escola e começar um ano lectivo tão cheio de novidades e surpresas.
Fazem-se as vindimas e sente-se um delicioso cheiro a uvas no ar.
No Outono, encontro-me de novo com as minhas colegas na escola.
Com as chuvas, formam-se muitas poças parecidas com lagos e o meu primo, que tem três anos, e eu, vamos para lá brincar com barquinhos de papel.
Ai, Outono! Como a tua magia é bela e a todos tu encantas.

Ana Cecília (Livro Pequenos Leitores 4)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

EU AGORA VOU PARA A ESCOLA

Eu agora vou para a escola,
que o tempo é de aprender,
e sei que não é defeito
ter esse gosto de saber.

Levo cadernos, borrachas
na minha mochila às cores
e um bom dia sonoro
pra saudar os professores.

Eu não quero ser campeão,
que a escola não dá uma taça;
só se houver competição
aprender já não tem  graça.

Eu agora vou para a escola
e vou tornar-me estudante;
todos em casa me dizem
como isso é importante .



José Jorge Letria,
Eu vou para a escola,
Ambar, 2ª edição 2003


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O RECREIO LÁ DA ESCOLA

Chega Setembro e é sempre assim...
Já sei que as saudades se apoderam de mim.
Sinto falta de tudo. De tudo e de nada.
Até de um simples gelado ali na esplanada.
Custam-me muito tantas despedidas
Dos amigos novos, das tardes compridas,
Dos jogos de futebol, lá em baixo na areia,
De rebolar e lutar a fingir que é tareia.
Vou sentir saudades até destes calções
Que levo para a praia todos os Verões.
Vou sentir  falta da areia a escaldar
E da água tão fria que até custa a entrar.
Vou sentir falta porque o Verão acabou
E o Outono é cinzento e eu não gosto do tom.
Se calhar até choro uma lagrimazita
E a minha mãe vai ficar um pouco aflita.
Vai dizer-me : " Para o ano tornaremos a vir!"
Mas o que eu queria mesmo era não ter de partir.

Revista Batatoon, nº 54